Uma operação da Polícia Rodoviária
Federal e da Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público foi
deflagrada na manhã de desta sexta-feira (17). Denominada Operação
Mutação, a ação policial visa investigar um esquema criminoso de
adulteração de combustíveis em larga escala na cidade de Amélia
Rodrigues.
De acordo com o Ministério Público, oito
mandados de prisão e nove de busca e apreensão devem ser cumpridos nos
municípios de Feira de Santana, Amélia Rodrigues e Conceição do Jacuípe,
com o objetivo de apreender os combustíveis adulterados e documentos
comprobatórios das práticas da organização criminosa.
Dois mandados de prisão já foram
cumpridos até o fechamento desta matéria e uma mulher foi encaminhada
paraa delegacia para prestar esclarecimentos. Todas pessaoas que estão
sendo presas estão sendo encaminhadas para o Complexo de Delegacias, no
bairro Sobradinho, em Feira.
Ainda segundo o MP, a ação está sendo
realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e
aos Crimes contra a Ordem Tributária (Gaesf), Grupo de Atuação de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Promotoria Regional Especializada
no Combate à Sonegação Fiscal de Feira de Santana e a Promotoria de
Justiça de Amélia Rodrigues, com o apoio do Núcleo de Inteligência
Cmnriminal (NIC), do Ministério Público estadual; pela Polícia
Rodoviária Federal (PRF); Superintendência de Inteligência (SI), da
Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP); Agência
Nacional do Petróleo (ANP) e pela Inspetoria Fazendária de Investigação e
Pesquisa (Infip), da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz).
O esquema
Durante três anos de investigação,
apurou-se que parte da carga de cerca de 200 caminhões-tanque que
trafegavam por Amélia Rodrigues diariamente era desviada para pontos
(conhecidos como “Bodes”) onde ela era subtraída e comercializada a
postos revendedores de combustíveis. Lá, homens chamados de “bodeiros”
rompiam os lacres dos caminhões, subtraíam as cargas e depois
adicionavam solventes para posterior comercialização de combustível
adulterado na região de Feira de Santana. Segundo as apurações, o
esquema incluía também emissão de notas fiscais falsas com o objetivo de
legalizar o produto adulterado, indicando crimes de sonegação fiscal.
As investigações contaram com
interceptações telefônicas, pelas quais se constatou a participação de
policiais civis e militares na quadrilha. Em troca de propina, eles
teriam fornecido proteção ao esquema criminoso.
Fotos: Ed Santos/Acorda Cidade